Este é o mais atípico dos indicados ao Oscar de melhor animação. A estética de "Com Amor, Van Gogh", lembra bastante o filosófico "Waking Life" (2001), de Richard Linklater, com a técnica da rotoscopia, que nesta animação foi enriquecida pela pintura integral da obra (todos os quadros em pintura a óleo) com o mesmo estilo do famoso pintor pós-impressionista a que o filme presta bonita homenagem. Se no campo visual são filmes semelhantes, a temática é totalmente diferente, porque "Com Amor, Van Gogh" não tem grandes pretensões existenciais. Sua proposta é apenas contar um instigante mistério.
O tal mistério é a morte de Van Gogh, que nesta animação não é bem o protagonista, mas sim o alvo de uma investigação por parte de um homem que porta uma carta escrita pelo pintor e direcionada a seu irmão, um pouco antes de seu suposto suicídio. A carta é um inteligente McGuffin do roteiro, que vai servir de razão para que o homem possa percorrer o vilarejo onde Van Gogh passou os seus últimos dias, enquanto faz perguntas aos que conviveram com ele no intuito de descobrir por qual motivo ele teria se matado em um momento da vida que parecia estar em paz consigo mesmo.
Processo de construção do filme. Na foto vemos Douglas Booth como o personagem Armand Roulin. |
Um dos 65.000 frames pintados usados na confecção da animação. |
Estúdio de criação do filme. Um processo atípico e trabalhoso. |
É bastante interessante que os personagens principais da história sejam pessoas reais pintadas por Van Gogh, o que nos estimula a conhecer a história do pintor holandês, que tinha uma vida pessoal conturbada e passava por constantes problemas psicológicos. A sua produção foi intensa, mas tardia, de modo que foi pouco o tempo disponível para que ele ainda assim tenha criado algumas das obras de arte mais importantes da pintura universal. No filme, há uma abordagem um pouco conspiratória de sua morte, mas que não peca pelo tom apelativo.
Buscando entreter o espectador, o roteiro nos apresenta opiniões diferentes sobre o suicídio de Van Gogh, embora admita uma versão "oficial" fortalecida na conclusão do filme. Os 65.000 frames pintados usados na confecção da animação dão a ela o aspecto de uma longa obra de arte, em que cada pausa na tela significa a materialização de uma nova pintura ao estilo de Van Gogh. Um filme, no mínimo, diferente. Vale a pena ser visto e aprofundado.
Buscando entreter o espectador, o roteiro nos apresenta opiniões diferentes sobre o suicídio de Van Gogh, embora admita uma versão "oficial" fortalecida na conclusão do filme. Os 65.000 frames pintados usados na confecção da animação dão a ela o aspecto de uma longa obra de arte, em que cada pausa na tela significa a materialização de uma nova pintura ao estilo de Van Gogh. Um filme, no mínimo, diferente. Vale a pena ser visto e aprofundado.
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