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domingo, 12 de agosto de 2018

Shrek 2


Dando sequência a um post do ano passado, sobre o primeiro filme da franquia, decidi escrever um pouco sobre "Shrek 2". A DreamWorks, embalada pelo sucesso do casal de Ogros e o seu fiel escudeiro burrinho, lançou uma continuação em 2004, fazendo uso de recursos tecnológicos um pouco mais avançados e mantendo a personalidade da animação, metalinguística em relação aos contos de fadas. É claro que o frescor do primeiro filme não conseguiu ser mantido, até porque as referências aos filmes e outros elementos da cultura pop acabaram soando um pouco como uma obrigação do roteiro. Ainda assim, elas arrancam muitas risadas da platéia mais atenta. 

"Shrek 2" parte dos acontecimentos de seu antecessor, começando com uma sequência divertida mostrando como foi a lua de mel do casal de ogros protagonistas, ao som de "Accidentally in Love", indicada ao Oscar de melhor canção original em 2005, tendo perdido para a música de Jorge Drexler, feita para "Diários de Motocicleta". A vida nova do casal é interrompida quando eles são convidados pelos pais de Fiona para que ela apresente o novo marido ao Reino de Tão Tão Distante. Chegando lá, todos ficam chocados ao descobrir que o "príncipe encantado" é na verdade um Ogro e que o feitiço de Fiona não foi quebrado, tendo ela se tornado para sempre uma ogra também. 

A antagonista da história é a Fada Madrinha, acompanhada de seu filho esnobe e super-protegido, que deseja se casar com Fiona e dar a ela a sua forma de princesa humana. A mãe faz de tudo para ajudar o filho e chega até mesmo a prender Shrek e os seus amigos, algo muito comum em contos de fadas, quando o herói é vítima de alguma prisão injusta. A história ganha alguns novos e divertidos personagens, sendo o mais significativo o Gato de Botas, cujo maior poder é o seu olhar, que derrete o coração do inimigo. A música é muito presente no roteiro, com destaque para "Holding Out for a Hero", em uma sequência célebre. 

Mais uma vez, assim com em "Shrek", a desconstrução dos estereótipos e da moral dos contos de fadas é um dos pontos altos do roteiro. É até mesmo surpreendente que o filme brinque com alguns temas mais polêmicos, como quando os guardas reais encontram erva escondida no bolso do Gato de Botas ou quando descobrimos que Pinóquio gosta de usar calcinhas ao invés de cuecas. Tudo isso é, além de engraçado, um ato bastante corajoso dos roteiristas. O filme insiste em mostrar para o público infantil que os padrões de beleza não importam quando o casal de protagonistas coloca em primeiro plano o amor como motivo para a sua união. Isso já havia sido destacado no primeiro filme, mas é sempre bom lembrar. Ainda que sem o brilho da originalidade de seu antecessor, "Shrek 2" é o tipo de filme que eu gostaria que meus filhos assistissem, caso eu os tivesse. Altamente recomendado!  

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